Entender o Adulto Maduro contemporâneo a partir de uma abordagem integral que considera a interação de todos os fatores responsáveis pela longevidade são reflexões, extraídas da experiência clínica psicológica da autora, deste livro. Identificar o comportamento normal no envelhecimento, o que ocorre ao psiquismo, as mudanças na personalidade e a adaptação da identidade, são questões abordadas em busca de um modelo de longevidade para este século.
 São avaliados os prejuízos sociais, como os que tomam o envelhecimento sinônimo de doença e déficit, e os sentimentos resultantes da discriminação desse grupo, considerado um peso social.
 Para resgatar a valorização, novas proposições são oferecidas, a fim de evitar a expulsão do idoso do campo dos ideais, das decisões e da participação como camada social inteligente e ativa. Ao abordar as patologias do envelhecimento, as neuroses atuais - como principais queixas em nossos consultório - são diferenciadas das neuroses clássicas.
 Identificadas como decorrentes do isolamento, da solidão e da marginalização, a biomedicalização, o uso do álcool e outros comportamentos aditivos são denunciados como práticas inadequadas e, devido ao desconhecimento dos transtornos subjacentes que estigmatizam o idoso, nem sempre a busca do tratamento mais adequado ocorre.
  Contrariando a crença de que os idosos não possuem a elasticidade da mente necessária para a psicoterapia e que o pouco tempo de vida seria insuficiente para se lidar com os conteúdos e dados históricos, o uso da psicoterapia para pacientes acima de 50, 60, 70 anos hoje é considerada uma poderosa alternativa. A saúde emocional nessa etapa depende das capacidades como a disponibilidade afetiva e a independência emocional, quando em constante evolução.
 A competência está em poder manter a autogerência de cada um sobre sua vida e o envolvimento de todas as habilidades, como a convivência em grupos e a criatividade para vencer os obstáculos. Adaptar-se aos novos momentos que envelhecer impõe e aos acelerados tempos de uma pós-modernidade tem se constituído no maior dos desafios, porque exige um constante intercâmbio emocional e intelectual.
 E as atuais compreensões sobre o comportamento humano sabem que o ser humano não encontra a si mesmo e por meio do saber, mas somente através do encontro com o outro.